Lendo o texto " Pesquisar para saber pensar" de Pedro Demo, encontramos uma frase que chamou a nossa atenção: "Sai 'preparado' para trabalhar na Idade Média, se tanto". Restringindo o termo "preparado" para os alunos que posteriormente trabalharão na área educacional, vemos que realmente é o que acontece em certas escolas e universidades do Brasil.
Entendemos que o autor, ao fazer alusão à Idade Média, ele quer dar ênfase à educação existente nas instituições da época, que rejeitavam qualquer mudança e que transmitiam valores, sendo estes, incontestáveis e aceitos em submissão. Justamente é o que hoje chamam de "ensinar" ou "aprender". E por que não dizer, a chamada "formação"? Dessa forma, ainda segundo Pedro Demo , o aluno que é formado por um professor mal formado, sai submissamente influenciado, não autopoieticamente influenciado. Para que isso não aconteça, é necessária a busca, a pesquisa, ou seja, é preciso o questionamento daquilo que é transmitido, o que despertará a faculdade do saber pensar e consequentemente, promoverá a autonomia, afinal de contas, tudo isso faz parte do processo de aprendizagem. Para isso, foram criados programas que fornecem bolsas para alunos que querem pesquisar, a exemplo, o PIBIC. Assim, tais alunos investem principalmente na sua formação, tanto pela construção do conhecimento, quando pela autofirmação como sujeitos de suas próprias histórias.
Agindo ao contrário, existem aqueles que optam pelo não pesquisar, pelo não aprofundar-se na busca. Obeservemos nisso, que são movidos pela noção imediatista das coisas, e uma vez que o pensar não é uma tarefa tão fácil e rápida assim, o memorizar dá mais futuro para eles. Escolhendo o caminho mais curto, acabam então, tornando-se dependentes, não autônomos, e futuramente conduzindo outros ao mesmo caminho, o caminho para a Idade Média.
Ana Raquel da Rocha