Por Beatriz Gouveia (coordenadora dos programas Além das Letras e Formar em Rede, do Instituto Avisa Lá, e assessora em Educação em São Paulo, SP.)
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O professor é a peça-chave para ajudar os estudantes a se reconhecer como sujeitos intelectualmente ativos. Entre as ações que favorecem a relação com o conhecimento estão averiguar o que os alunos pensam sobre o objeto a ser estudado e reconhecer que há um grande esforço intelectual por trás das ideias e representações expostas. À medida que o professor conhece os saberes do grupo, tem mais condições de regular o desafio nas propostas em sala, atendendo às necessidades de cada um. Quando se depara com a diversidade, não pode classificar quem sabe menos como alguém que tem dificuldade de aprendizagem. Essas duas condições não são idênticas ou equivalentes. Ter menos conhecimento do que a maioria apenas indica que o estudante precisa de mais atenção ou de atividades diferenciadas.
Cabe ao educador ajudar a impulsionar e a infundir o desejo de enfrentar os dilemas inevitáveis do processo de aprendizagem. Um bom ponto de partida é reconhecer que ele não é fácil, não é uma brincadeira. Muitos alunos avaliados como tendo dificuldades, na verdade estão desencorajados a enfrentar as contradições intrínsecas desse processo. É preciso ajudá-los a redimensionar a autoconfiança diante dos desafios, legitimando a possibilidade dos erros e valorizando mais a reflexão do que o resultado acabado.
Para compreender algo novo, é essencial ter uma boa dose de coragem, ousadia e persistência. Ensinar pressupõe articular o modo de ser e pensar do aluno com as estruturas epistemológicas dos conteúdos. A baliza dessas ações são o compromisso, o trabalho, o afeto e a implicação de todos os envolvidos. Esse é o caminho da aprendizagem.
Texto retirado do site http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/caminho-aprendizagem-historia-sequencias-didaticas-atividades-permanentes-projetos-didaticos-542993.shtml
Rosiane Alves