• Anissis Moura Ramos
•Publicado 17/04/2011
•Psicologia

A FALTA DO EQUILÍBRIO EMOCIONAL

Paro, às vezes, para observar e pensar sobre as coisas que acontecem no nosso dia-a-dia, e vejo o quanto algumas pessoas estão se colocando como vítimas de seus próprios atos. Fico com a sensação que elas perderam o controle de suas atitudes. Por isso, matar, agredir, roubar, lograr o outro, lhes é percebido como algo normal.

Muitos não sabem, como enfrentar situações delicadas, que lhes despertam uma série de sentimentos, os quais muitas vezes não conseguem identificá-los ou nomeá-los. Devido a essa dificuldade de lidar com suas emoções, por não ter sido educado para isso, acabam mentindo, magoando, ferindo, desprezando os outros.

Assim como somos educados para uma série de coisas, deveríamos também ser educados para lidar com as nossas emoções. No entanto, os registros que temos em nosso inconsciente, na maioria das vezes, são de situações que nos provocaram traumas emocionais. Os traumas emocionais podem ser acarretados por situações bem simples, como as dificuldades do cotidiano, por decepções, por situações de deslealdade, de traições (no sentido amplo da palavra). Guardamos esses sentimentos, não lhes dando nenhuma vazão. Com isso, acabamos nos retraindo na hora de expressar nossas emoções, com medo de nos expormos, de sermos agredidos ou ridicularizados.

A partir do momento que tomamos essa atitude, nos privamos de entrar em contato com os nossos sentimentos, tornando-nos incapazes de entendê-los e controlá-los. Na medida em que eles vão acumulando, corremos o risco de sermos comparados a uma bomba relógio, prontos para explodir a qualquer momento. Esperamos a primeira oportunidade, para colocar de uma forma muito atrapalhada aquilo que estamos sentindo: a raiva, a mágoa, o medo, o ódio, o ressentimento, a tristeza, a frustração, etc.

Nesse momento, não temos a preocupação de pensar como o outro se sentirá com a nossa atitude. Esquecemos por completo que devemos ser empáticos com as pessoas. Empatia significa ter a capacidade de “sentir como” a outra pessoa sentiria. Infelizmente, a empatia nesse mundo, em que o narcisismo prevalece, parece ser algo de um passado muito distante. Muitos vão atropelando os outros para conseguirem atingir seus objetivos e se orgulham disso. Pensar ou observar como o outro está se sentindo frente as nossas atitudes, é perda de tempo. O mais importante é o que eu estou sentindo.

Todos nós, enquanto humanos, temos momentos que nos descontrolamos e acabamos ferindo as outras pessoas, mesmo que esse não seja o nosso objetivo. Cabe frente a essas situações, termos a humildade de reconhecermos que não agimos da melhor maneira possível, deixando o orgulho de lado e pedindo desculpas. Entretanto, essa palavrinha mágica que é “desculpas” não faz parte do vocabulário de algumas pessoas, por acharem que sempre estão corretas ou por não terem uma percepção correta de seus atos.

Precisamos para atingir o nosso equilíbrio emocional, procurar entrar em sintonia com as nossas emoções e com as das pessoas que nos cercam. Saber o momento certo de interagir, a fim de evitar conflitos. Agindo dessa forma, estaremos apreendendo a nos educarmos emocionalmente, procurando observar e sentir o momento certo de deixar a nossa emoção agir, respeitando o momento do outro e reagindo quando necessário, de forma adequada, sem se magoar e magoar o outro.