A covardia do nosso dia-a-dia


Da noite pro dia a professora Amanda virou notícia nacional por denunciar descalabros na Educação. Não viu ainda o video? Veja aquiDescalabros que todos conhecem bem. Curioso é que quando alguém fala como essa profª Amanda, todo mundo aplaude e começam a repetir coisas como "Finalmente, alguém teve a coragem de romper o silêncio". 
Ela não é a primeira, nem será a última a virar notícia por nos mostrar a nossa própria realidade, então vem a pergunta: Por que não há mudança nenhuma, se de vez em quando alguém tem coragem de denunciar a situação? 
É simples responder essa pergunta: Somente porque só se levantam uma ou duas vozes descontentes. O resto fica calado, e quem cala, consente.
Por que temos que esperar alguém dizer isso? Por que nós mesmos não dizemos? Por que dizemos que achamos ruins nossos governantes, as nossas condições de trabalho, os nossos salários, a roubalheira, o descaso, a corrupção e não fazemos nada além de se queixar aos nossos amigos e familiares?
Sabe por que não agimos como Amanda? Porque temos medo de sermos considerados ridículos! Temos medo de perder nossos empregos que nos paga mal e contrariar nossos patrões que nos trata mal.
Ela deu a cara à tapa por nós. Cristo foi mais longe... E daí? Nada mudou!
Com Amanda se dará o mesmo, ou seja: Nada vai acontecer.  Por sua atitude enérgica e extremamente coerente talvez seja cooptada por algum partido político interesseiro que a candidate a algum cargo político e se eleja deputada. 
Quem sabe a Playboy lhe ofereça alguns cobres a mais em sua minguada conta bancária para mostrar toda sua coragem nas páginas coloridas da revista!
Enquanto acharmos que a postura da professora é algo inédito e que quebra o marasmo de nossas existências vis, tudo continuará do mesmo jeito. Bom será quando ações como a dela forem tão comuns e aconteçam em tantos cantos, que as soluções comecem a aparecer, dando margem a que essas reclamações desapareçam por não serem mais necessárias.
De resto só resta parabenizá-la e pedir desculpas a ela por sermos tão covardes.     
 
Carlos Dantas